Você sabia que a China produz vinhos finos?
Eu sabia, mas nunca imaginei que fosse provar um...
Pois bem, no dia 03/02 eu e o Cristiano do blog
Vivendo Vinhos fomos convidados pelo nosso amigo Tiago da loja
Rosso Bianco para provarmos uma garrafa exclusivíssima de um vinho chinês.
Ao chegarmos na loja, começamos o habitual bate papo antes de iniciarmos os “trabalhos”. Havia muita expectativa no ar, pois provar um vinho chinês seria uma grande novidade para nós e não sabíamos nem ao menos o que esperar desse vinho.
Iniciamos a degustação com um espumante apurar o paladar.
O Vinho: Piera Martellozzo Espumante Bianco Incontri
Na taça apresentou uma bonita cor palha claro com perlage fina e persistente.
No nariz, logo de cara apareceram aromas de fermento, seguidos de maçã verde e pêra, com um toque cítrico.
Na boca era cremoso, com uma acidez correta, com uma boa persistência e um retrogosto frutado, com destaque para o melão.
Apesar de ser um Extra Dry, tinha um paladar levemente adocicado.
Um vinho macio e equilibrado. Delicioso.
Após terminarmos o espumente, eis que o Tiago nos apresenta o tão aguardado vinho chinês.
Como o rótulo era 90% escrito em kanji, conseguimos extrair poucas informações sobre a garrafa.
Algumas informações adicionais e a foto da garrafa foram obtidas diretamente no site do produtor, que também informava que a empresa
Changyu existe desde 1892 e a produção de vinhos é realizada em parceria com o Chateau Castel, da França.

O Vinho: Changyu
Safra: Ao contrário da foto que pegue no site deles, nossa garrafa não marcava nenhuma data de safra, ou se marcava estava em kanji.
Uvas: No contra rótulo conseguimos identificar somente a Cabernet Gernischt, mas no site do produtor consta que é um assemblage de Cabernet Gernischt com Cabernet Sauvignon.
Comentários:
Na taça tinha uma cor vermelho bem translúcido.
No nariz foi uma sensação diferente, com um leque aromático interessante e com boa potência, onde destacamos o cravo, especiarias, caramelo e curiosamente pouquíssima fruta e um forte aroma herbáceo que dava até um certo frescor ao vinho.
No primeiro gole tudo mudou.
Um corpo levíssimo com bons taninos e uma acidez correta mas com a baixíssima persistência e pouca complexidade de sabores acabou ficando um vinho muito ligeiro, que “desaparece” na boca.
Destacamos somente alguns sabores de frutas vermelhas como groselha e framboesa, nada mais que isso.
O comentário que mais conseguiu definir esse vinho foi que parecia que estávamos sentido os aromas de um vinho e bebendo outro vinho completamente diferente, de forma que os dois não harmonizavam para formar um bom conjunto.
Mas como sempre, valeu muito pela nova experiência, rever os amigos, o bate papo e pelo espumante que estava delicioso.
Agora, pelo que constatamos no Changyu a conclusão que chegamos unanimemente é que a China ainda tem muito para aprender na arte de fabricar vinhos finos.