sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Quer saber mais sobre o Jerez?

É uma das mais famosas regiões vinícolas da Espanha, situada ao sul de Sevilla, mais precisamente próxima da costa atlântica, nas cercanias das cidades de Jerez de la Frontera, San Lúcar de Barrameda e El Puerto de Santa María, próximas a Cadiz.

O método de elaboração O Jerez, como o vinho do Porto, é um vinho fortificado, isto é, que recebe a adição de aguardente vínica, tornando-se mais alcoólico e "mais forte".
No Porto a aguardente é adicionada durante a fermentação, interrompendo-a e originando um vinho doce, enquanto no Jerez ela é adicionada após a fermentação ser concluída, dando um vinho seco.

O aroma e gosto especiais e únicos do Jerez se devem à uva, ao método de elaboração específico e ao envelhecimento pelo sistema de “solera” que comentaremos mais à frente.

O Jerez sempre é um corte (mistura) de vinhos de vários anos diferentes e não de uma só safra.
O Jerez é envelhecido pelo sistema original: o sistema Solera, onde são utilizados barris de carvalho americano, denominados botas, com capacidade para 600 litros, cheios até 5/6 de sua capacidade.

Enquanto em outras regiões vinícolas os barris são hermeticamente fechados, em Jerez eles são abertos para permitir que o vinho seja airado pela brisa do sudoeste.
Terminada a fermentação alcoólica e esgotados os açúcares do mosto, as leveduras sobem até a superfície e formam uma película, o velo de flor (véu de flor) ou simplesmente flor de Jerez.

Esses microorganismos permanecem na superfície do vinho, e aí, na presença do oxigênio do ar, transformam alguns componentes do vinho. Esse processo de intensa e contínua ação metabólica das leveduras da flor denomina-se crianza biológica e, na realidade, é um envelhecimento biológico do vinho, e confere as características organolépticas (sensoriais) únicas do Jerez.

As botas são colocadas em, pelo menos, três fileiras superpostas. A primeira, a solera, colocada no chão, contém o vinho mais velho pronto para ser engarrafado e as que estão sobre ela denominam-se criaderas. A quantidade de vinho que é retirada da solera é reposta com o vinho da fileira logo acima, a primeira criadera, que por sua vez é completada com o vinho da fileira superior, a segunda criadera e assim por diante, até a criadera superior (mais jovem) que é preenchida com o vinho mais novo daquele ano.

Existem oito tipos principais de Jerez, a saber:

Fino - é pálido da cor da palha, seco, com um aroma delicado de torrefação e de nozes, seco e leve no paladar e envelhecido sob a "flor". Deve ser servido ligeiramente gelado.

Manzanilla - é um Fino muito seco, exclusivo das bodegas de Sanlúcar de Barrameda, onde é envelhecido sob a "flor". Possui as características do Fino, acrescidas de aroma e gosto da brisa marítima que existe nas bodegas de Sanlúcar. Também deve ser servido ligeiramente gelado.

Amontillado - tem cor âmbar, é seco, envelhecido e tem aroma de nozes, porém mais intenso e mais fresco do que os dois anteriores. Na boca é mais macio e encorpado.

Oloroso – seco, às vezes doce, envelhecido, encorpado, da cor âmbar do mogno e, como o seu nome sugere, seus aromas são fragrantes e intensos e lembram também a nozes.

Palo Cortado – seco, envelhecido, muito pouco produzido.

Pale Cream - de cor de palha bem pálida e com aromas de torrefação é macio e doce no paladar.

Pedro Ximenez – doce produzido por poucas vinícolas, equivale ao tipo anterior.

Cream - é um Oloroso muito doce feito com a uva Pedro Ximenez. Tem cor de mogno bem escuro e aromas de torrefação intensos e delicados. No palato é bem doce, redondo, aveludado e bem encorpado.

Fonte:http://www.enoteca.com.br/index.php?id=31821

2 comentários:

Breno Raigorodsky disse...

De algum modo educativo, mas ficou parecendo como se fora extraído de um folheto de propaganda do vinho da região.

MFS disse...

Opa Jean,

O artigo está bem esclarecedor. Só faltou mencionar que os secos são elaborados a partir da casta Palomino Fino. Nos doces, como vc mencionou, a Pedro Ximenez (que também ocorre em Montilla-Moriles) pode dar o ar das graças.

Abs.,
Marcus
http://azpilicueta96.blogspot.com