terça-feira, 30 de novembro de 2010

Rolhas!! Quem tem??


Amigos,

Sei que estou um pouco afastado do blog, mas prometo que voltarei a postar com mais frequencia.

Também sei que a grande maioria de nós tem uma certa relação quase sentimental com as rolhas das garrafas que abrimos durante a vida, mas desta vez estou com um projeto inacabado na sala de casa e estou precisando de ajuda.

Comecei a montar um painel com rolhas coladas, mas as rolhas que eu tinha não foram suficientes para completá-lo. 

Por esse motivo peço a ajuda de todos que puderem me ajudar, doando aquelas rolhas que estiverem "perdidas" pelos cantos da casa para que eu possa finalizar o meu painel.

Juro que assim que o painel ficar pronto eu posto uma foto aqui!

Desde já agradeço a todos.

 

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Garibaldi Moscatel consagra-se em concursos internacionais


Garibaldi Moscatel consagra-se em concursos internacionais


Mais uma vez o Garibaldi Moscatel destacou-se em concursos internacionais. No último mês, a Cooperativa Vinícola recebeu mais três prêmios depois que o produto foi avaliado entre amostras de 46 países, por 356 degustadores, durante a 27º edição do International Wine Challenge (IWC), realizado em Londres.



O espumante ganhou uma recomendação honrosa após passar por tripla degustação, um rigoroso processo de julgamento em que todos os vinhos selecionados são provados pelo menos três vezes para haver a certeza da premiação.



Outra condecoração importante foi a medalha de prata conferida no 7° Concurso Internacional de Vinhos e Licores “Vinus 2010”, realizado em Mendoza, para o espumante Garibaldi Moscatel e o Chalet du Clermont, um vinho tinto seco fino, elaborado a partir da seleção das uvas Cabernet Sauvignon e Merlot e envelhecido em barricas de carvalho.



A competição “Vinus 2010” reúne 500 amostras de aproximadamente 25 países, degustadas às cegas e avaliadas por 48 jurados internacionais e alguns brasileiros como os enólogos e diretores da ABE, Carlos Abarzua e Leocir Bottega e o jornalista Sérgio Inglez de Sousa.

O Garibaldi Moscatel foi o espumante brasileiro mais premiado na categoria em 2009, conquistou por dois anos consecutivos o prêmio máximo no Effervecents du Monde (França), um dos concursos de mais prestígio no mundo. Também é o único espumante brasileiro a receber Medalha de Ouro nos Estados Unidos, Alemanha e Espanha.


Mais informações: www.vinicolagaribaldi.com.br

domingo, 13 de junho de 2010

Protos Gran Reserva 2001


Aniversário é sempre uma ótima ocasião pra abrir um grande vinho.
Este ano, não deixei por menos e saquei da adega um gran reserva espanhol que eu estava só procurando uma boa desculpa para abrí-lo.

O Vinho: Protos Gran Reserva

Safra: 2001

Uvas: 100% Tempranillo

Comentários:

Este é um grande vinho, um dos ícones espanhóis, produzido com uvas provenientes de vinhas com mais de 60 anos de idade.

Depois de pronto, o vinho descansa por 24 meses em barricas de carvalho e no minimo mais 36 meses na garrafa antes de ser liberado para o consumidor.
Na taça mostrou uma bonita cor vermelho atijolado, levemente translúcido e com aura bem alaranjada.

Aromas de boa intensidade e boa complexidade, que lembravam frutas vermelhas frescas, baunilha, defumado e grama molhada, com notas de amêndoas e um leve toque mentolado.

Depois de 40 minutos no decanter o vinho evoluiu muito e passou a apresentar uma complexidade muito maior, incluindo aromas de couro, florais e madeira úmida.

Na boca tinha corpo médio, taninos perfeitos e uma acidez correta, que deixava a boca pedindo mais um gole.

Muito persistente, deixavou na boca um retrogosto de frutas e baunilha.
Deixou no fundo de taça aromas frutados e refrescantes, com toque de fumaça.

Na minha opinião, sem muitas palavras. Um ótimo vinho que merece ser provado.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Cuidado! Vinhos Argentinos Contaminados com Fungicida!


Vinhos Argentinos Contaminados com Fungicida

O fungicida natamicina foi encontrado nos vinhos Fuzion, Santa Julia, em seis outros vinhos argentinos e dois da África do Sul, na Alemanha. 120 mil garrafas de vinho argentino foram retiradas do mercado alemão. Todos os vinhos argentinos destinados à Europa estão bloqueados nas alfândegas. Metade dos vinhos argentinos coletados para análise apresentou a presença do pesticida, que é utilizado para a limpeza das adegas na Argentina, o que permitiu a contaminação mesmo em vinhos orgânicos. Em outubro e novembro foi constatada a presença da substância ilícita, o que gerou o bloqueio.


A lista (veja abaixo) mostra que a contaminação ocorre em diversas regiões atingindo os da Família Zuccardi de Mendoza, mas também da distante Patagônia. A questão já vinha sendo acompanhada por Wines of Argentina que contratou o laboratório bordeles Excell para identificar os focos desta poluição. Segundo o especialista francês Pascal Chantonnet, do Excell, "a natamicina pode ter sua origem na utilização de produtos para desinfetar as adegas, garrafas ou mesmo rolhas, é por isto que o encontramos mesmo em vinhos orgânicos", confirma. Suzana Balbo, enóloga e presidente da Wines of Argentina, pediu aos produtores que cessem imediatamente de utilizar o detergente NAT 3000, que contém o fungicida, na limpeza de barris e mangueiras, disse ao Los Angeles on line. Segundo Guillermo García do Instituto Nacional da Vitivinicultura Argentina, os resíduos encontrados “não representam nenhum perigo para a saúde”.


Natamicina ou paramicina é um antibiótico fungicida, utilizado para eliminar fungos e leveduras. A Organização Internacional do Vinho e da Vinha, OIV, não autoriza seu uso, mas a legislação da Argentina permite seu emprego na limpeza da adega e seu material. A piramicina é permitida na indústria alimentar, como em certos queijos e frios sob o nome de conservante E235. A natamicina também é ministrada enquanto medicamento para o homem e vendida em farmácias. Em fortes doses pode provocar náuseas e diarréia.

Lista dos vinhos retirados do mercado alemão:

Argentina:

Santa Julia, 2008, Mendoza, Cabernet Sauvignon, número de lote L09-184-09
Fuzion 2008, Mendoza, Tempranillo, Malbec, número de lote L09-198-21
Santa Andrea, 2008, Mendoza, Malbec, Cabernet Sauvignon, número de lote L-56659
Villa Paola, 2008, San Rafael, número de lote 01/2009.
Villa Atuel, 2008 San Rafael, Syrah, Merlot, número de lote L-WT1377
Légende de Polo, 2007, Mendoza, Malbec, número de lote L 76605
Terra Nova, 2008, Mendoza, Malbec, número de lote L: 90.0789
Maranon, 2009, Malbec, Mendoza, número de lote L9289-0D72
Cruz, d'Indio, 2007, Belle Malbec Añelo, Neuquen - Patagônia, Lote número L-9168
Cruz, d'Indio, 2007 Malbec Añelo Neuquen - Patagônia, lote número L-9139

África do Sul:


W.O. Constantia, 2009, Syrah Rosé, número de lote L14336-2
WO Constantia 2009, Blanc de Noir, L14335 número de lote-4


fonte: http://www.jblog.com.br/conexaofrancesa.php

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Changyu - o vinho chinês!

Você sabia que a China produz vinhos finos?
Eu sabia, mas nunca imaginei que fosse provar um...

Pois bem, no dia 03/02 eu e o Cristiano do blog Vivendo Vinhos fomos convidados pelo nosso amigo Tiago da loja Rosso Bianco para provarmos uma garrafa exclusivíssima de um vinho chinês.

Ao chegarmos na loja, começamos o habitual bate papo antes de iniciarmos os “trabalhos”. Havia muita expectativa no ar, pois provar um vinho chinês seria uma grande novidade para nós e não sabíamos nem ao menos o que esperar desse vinho.

Iniciamos a degustação com um espumante apurar o paladar.

O Vinho: Piera Martellozzo Espumante Bianco Incontri

Na taça apresentou uma bonita cor palha claro com perlage fina e persistente.

No nariz, logo de cara apareceram aromas de fermento, seguidos de maçã verde e pêra, com um toque cítrico.

Na boca era cremoso, com uma acidez correta, com uma boa persistência e um retrogosto frutado, com destaque para o melão.
Apesar de ser um Extra Dry, tinha um paladar levemente adocicado.
Um vinho macio e equilibrado. Delicioso.

Após terminarmos o espumente, eis que o Tiago nos apresenta o tão aguardado vinho chinês.

Como o rótulo era 90% escrito em kanji, conseguimos extrair poucas informações sobre a garrafa.
Algumas informações adicionais e a foto da garrafa foram obtidas diretamente no site do produtor, que também informava que a empresa Changyu existe desde 1892 e a produção de vinhos é realizada em parceria com o Chateau Castel, da França.


























O Vinho: Changyu

Safra: Ao contrário da foto que pegue no site deles, nossa garrafa não marcava nenhuma data de safra, ou se marcava estava em kanji.

Uvas: No contra rótulo conseguimos identificar somente a Cabernet Gernischt, mas no site do produtor consta que é um assemblage de Cabernet Gernischt com Cabernet Sauvignon.

Comentários:

Na taça tinha uma cor vermelho bem translúcido.

No nariz foi uma sensação diferente, com um leque aromático interessante e com boa potência, onde destacamos o cravo, especiarias, caramelo e curiosamente pouquíssima fruta e um forte aroma herbáceo que dava até um certo frescor ao vinho.

No primeiro gole tudo mudou.
Um corpo levíssimo com bons taninos e uma acidez correta mas com a baixíssima persistência e pouca complexidade de sabores acabou ficando um vinho muito ligeiro, que “desaparece” na boca.
Destacamos somente alguns sabores de frutas vermelhas como groselha e framboesa, nada mais que isso.

O comentário que mais conseguiu definir esse vinho foi que parecia que estávamos sentido os aromas de um vinho e bebendo outro vinho completamente diferente, de forma que os dois não harmonizavam para formar um bom conjunto.

Mas como sempre, valeu muito pela nova experiência, rever os amigos, o bate papo e pelo espumante que estava delicioso.

Agora, pelo que constatamos no Changyu a conclusão que chegamos unanimemente é que a China ainda tem muito para aprender na arte de fabricar vinhos finos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Vovó Francesca - Por Elmo Dias

Vovó Francesca - Por Elmo Dias
Férias de inverno.

Nos anos 80, os carros e as pessoas eram cafonas. Mas minha vó Francesca não.

As aulas acabavam, eu ficava numa ansiedade louca. Ficava todo dia perguntando pro meu pai que dia ia nos levar pra casa da vó.

Vovó Francesca poderia facilmente ser a dona Benta, lhe faltavam talvez uns 40 quilos pra isso, mas na minha mente ela tinha bochechinhas rosadas, coque e óculos redondos.

No espelho, contudo, rosto vincado, nariz de imperador romano, olhos pequenos de felino.

Arrastava os érres como se fossem jotas, italianice empedernida.

Praguejava quando o cachorro virava o lixo, quando a chuva vinha de repente com as roupas no varal, e quando a gente metia o dedo no que ela estava cozinhando.

Eu tinha a prerrogativa deliciosa e ao mesmo tempo árdua de ser o neto mais velho.
O mais velho pode mais, bate mais, fala mais, mas ao mesmo tempo responde por tudo.

Disso minha vó tirou uma conclusão pra lá de polêmica: ela podia, já aos meus 10 anos de idade, me dar vinho.

Ela tinha um cálice de vidro grosso, com losangos minúsculos na base do bojo, a haste sextavada e o pé redondo.

Eu era fascinado por aquela tacinha pequena, já fosca, única na cristaleira.
Minha vó sempre dizia que era de Murano, na Itália, mas meu avô gritava sempre ao fundo, indignado: “BUGIA!!”

Ela ria, divertida.

Marcante era saber que a questão do vinho era só nossa.

Era repentino.

Lá estava ela, depois de ter sovado muito com os dedos nodosos uma massa de focaccia, esperando que dourasse no forno à lenha.

A focaccia então, depois de um tempo, saía do forno pelando.

Ela colocava na mesa de madeira, fazendo com que a cera sem brilho da madeira suasse ao redor do disco de massa.

O cheiro me tirava pra dançar, e ela já estava, alegrete que só, buscando o cálice e o gaRafão (com só mesmo um érre na dicção), pra derramar ali o vinho tosco, escuro, cheiro de uva madura.

Servia o vinho enquanto rasgava um pedaço da focaccia, soprava fingidamente e me dava, esperando pra me ver ficar jogando o pão quente de uma mão pra outra e depois ainda tentar comer sapecando a língua e o céu da boca.

“Quente, quente!” – eu exclamava, como se não tivesse livre arbítrio pra colocar a massa fumegante na mesa e esperar esfriar.

E alguém consegue?

Enquanto ria só com os olhos, a boca sempre sisuda, já tinha colocado meio copo d´água e completado com vinho, pra eu esfriar a situação.

“Bebe, Ciccioto” – ela se aprazia, reconhecendo a quadrilha de insolentes que a gente havia formado. Adorava cada segundo da transgressão feminista e deseducadora que cometia.

Eu tomava um gole tímido, nariz enfiado na borda do copo, e me sentia o rei das Astúrias. Era o momento em que ser o neto mais velho era meu luxo, minha opulência emocional, bebendo vinho aos dez anos.

Depois, contava pros primos e irmãos, como se tivesse abatido o Minotauro com um estilingue.

Eles me invejavam e tentavam me destruir, contando pros outros adultos.

Vovó Francesca então bradava, irada, inabalável: “Mentira é pecado!!”

Eu, sentado em algum lugar, apenas portava minha auréola, olhos de candura, com apoio político quase imbatível, desdenhando a posição da criançada mais nova.

Era pra lá de bom ser o neto mais velho.

Vovó Francesca não viveu pra ver a Malbec virar pandemia, e nem pra ver o Casillero del Diablo ser vendido em Paris.

Mas eu sobrevivi pra derramar um pouco de Guigal naquela taça de vidro grosso, e reverenciar o coração que pulsa em cada cálice de vinho bebida com quem se ama.

Salute!