quinta-feira, 30 de julho de 2009

Meu Encontro com Robert Parker - por Elmo Dias

Meu Encontro com Robert Parker - por Elmo Dias

Ontem encontrei o Parker no aeroporto. Quando o reconheci, na minha cabeça se formularam imediatamente umas 50 questões básicas sobre vinhos. Queria chegar no cara já perguntando se ele tá de mal com Margaux, ou se ele e o Rolland tão juntos ou só tão ficando.

Claro, comecei instintivamente a andar na direção dele. Ele tava sentado tomando um café. Achei esquisito ele não cheirar o café cada vez que o levava à boca, mas pensei: tá certo, todo mundo merece uma pausa.

O diabinho na minha cabeça já disparou uma ao contrário. "Se ele merece uma pausa, eu é que não vou dar."

Como estava no aeroporto de Porto Alegre, corri na loja de vinhos gaúchos, entrei tão esbaforido que achei ter visto a atendente levantar os braços achando que era um assalto. Sorri amarelo e passei os olhos pelas prateleiras, achando o Merlot Terroir 2005 na prateleira. Ufa.

Paguei os absurdos 75 reais pedidos, tirei o canivete da bolsa, fui tirando a folhinha de chumbo enquanto andava, e depois fui fazendo o malabarismo de equilibrar minha bolsa de mão, encaixar a garrafa embaixo do braço, e começar a enfiar o saca rolhas marca Victorinox no gargalo. Tava vendo a hora que ia inundar o saguão de vinho da Miolo.

Quando olhei o cabelo ralo dele de costas na banqueta do cafezinho, vi que ele estava se levantando. Cacilda, onde tem um decanter nessa choupana de aeroporto?

Recuperando um pouco os sentidos, lembrando que tinha dado meus "89 plus" pro Terroir, consegui arrancar a rolha, respinguei minha calça de vinho. Só quando estava a 4 metros do cara comecei a bolar a frase do "aproach."

Passei pela mulher do escovão, e já estava abrindo a boca pra falar "Rélôu míster Parker" quando o braço que segurava o vinho foi puxado, fazendo com que a garrafa escapasse do contato com minhas costelas e se espatifasse no chão de granito.

Virei e dei de cara com o segurança do aeroporto me olhando com cara de reprovação, mas antes de falarmos qualquer coisa, o Parker olhou bem pra mim, agachou-se, e ao lado do rótulo todo esbodegado de frisos vermelhos, em meio a uns cacos, passou dois dedos na poça de vinho, deu uma cheirada, e lambeu o líquido.

"Nice Merlot. 86 plus".

A moça do escovão começou a perfumar o algodão cru da vassoura com o vinho da Miolo, enquanto o segurança falava algo no rádio ainda segurando meu braço.

Parker safado, baixou 3 pontos minha nota pessoal. Na próxima eu ataco de Villa Francioni.

Elmo Dias é advogado civilista, presidente da Afavep, pescador, tenista, enófilo e cronista nas horas vagas (bem vagas)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Barolo Cerequio 2001


Sempre digo que os grandes vinhos merecem ser abertos em acasiões especiais.

Para o meu aniversário reservei um barolo que trouxe da Itália no ano passado.

O barolo é um dos vinhos mais especiais já produzidos na Itália, e particularmente o podutor Michele Chiarlo foi o único a conseguir nota máxima no guia Gambero Rosso por quatro anos seguidos.

O Vinho: Barolo Cerequio

Safra: 2001

Uvas: 100% Nebiollo

Comentários:
Na taça apresentou uma cor vermelho puxado para o marrom, com aura laranja e brilho médio.
A rolha estava bem infiltrada, mas aparentemente não afetou o vinho.

Aromas leves mas com grande complexidade, que lembravam frutas vermelhas frescas, amêndoas e chocolate, com um toque de defumado e mentolado.

Na boca apresentou um corpo médio com grande persistência, acidez corretíssima e taninos macios mas ainda presentes.
É o tipo de vinho que deixa a boca pedindo mais um gole.

Depois de decantado por uma hora o vinho ficou muito mais aberto, desapareceram os aromas frutados e apareceram aromas mais delicados, como grama cortada e notas florais.

Sem duvida este é um grande vinho, mas com um estilo bem diferente dos vinhos chilenos e argentinos que normalmente temos mais contato.

Com certeza valeu cada centavo dos 35 euros que paguei por ele.
Se voce tiver oportunidade, vale a pena provar.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

The Wine Opus


Para quem não gosta de ler, mas de beber bem: Será lançado o ano que vem um livro que pesa 30 kg sobre 100 melhores vinícolas do mundo.

Detalhe: como brinde, cada livro vem com uma caixa de 6 garrafas de vinho de cada vinícola e um convite para visitar todas , ou seja, 600 garrafas e 100 convites.

Recomendo para os felizardos compradores do livro, a leitura do artigo - The best wine matches for luxury foods - da Fiona Beckett:http://www.matchingfoodandwine.com/articles/20071222(embora a leitura ideal, no caso, deveria ser: The best food matches for luxury wines, rsrsrs.......)

A edição é limitada em apenas 100 cópias e o preço deste livro da editora Kraken Opus é a "bagatela" de 1 milhão de dólares.

Se voce estiver interessado em comprar, corra logo para garantir o seu exemplar, pois mesmo em pré venda já foram vendidas 25 unidades.

Fonte: www.decanter.com/news/286407.html

terça-feira, 21 de julho de 2009

Prelúdio 2007


Muito já foi falado e discutido sobre os vinhos da vinícola Vinha Solo, do polêmico enólogo Marco Daniele.

Assim que surgiu uma oportunidade, comprei uma garrafa provar e tirar minhas próprias conclusões sobre esse vinho tão comentado.

O Vinho: Prelúdio

Safra: 2007

Uvas: 70% Merlot, 20% Cabernet Sauvignon, 10% Cabernet Franc

Comentários:
Na taça mostrou uma cor vermelho profundo com halo também avermelhado, mostrando que este vinho não passa por estágio em barricas de carvalho.

No nariz apresentou aromas de média potência que lembram as clássicas frutas vermelhas frescas com um toque de menta, característica proveniente da parte de merlot que entrou neste assemblage.

Na boca mostrou um corpo médio, um pouco quente no primeiro gole e com uma acidez levemente acima do que eu esperava.
Um pouco adstringente, mostrando taninos presentes e firmes, marcando sua presença na língua.

Retrogosto frutado e fundo de taça levemente frutado com um toque de menta.

Com certeza este é um vinho diferente, na minha opinião eu diria ate que é um vinho rústico, mas com boas qualidades sensoriais.
É um vinho um pouco “difícil”, que provavelmente não irá agradar a todos, para mim lembrou muito um bom tannat uruguaio.
Não e o tipo de vinho que eu mais gosto, mas vale a pena provar para tirar a limpo toda essa polêmica.

domingo, 19 de julho de 2009

Voce Conhece Degustação Online?


Amigos,
Depois de algum tempo se fazer uma degustação online, resolvi retomar essa idéia verificando quais as opiniões dos nossos leitores em relação a esse evento.

Pra quem não conhece oque é uma Degustação Online, veja este tópico mais antigo onde está descrito todo o processo e como funciona esse tipo de degustação.

Por enquanto peço que os interessados entrem em contato pelo nosso e-mail otanino01@mail.com e façam suas sugestões de vinhos e datas que julguem interessantes para realizarmos este novo evento e assim conseguiremos fazer o evento da forma mais democrática possivel.

Aguardo seu contato!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vinho, podridão e o Château d’Yquem - por André Logaldi


Vinho e podridão

Todo enófilo curioso e atento, já se acostumou a se deparar com as explicações sobre os vinhos licorosos, feitos de uvas “podres”, muitos sabem também que são uvas infectadas por um fungo chamado “Botrytis cinerea”, um parasita temido em todo o mundo vitícola.


Alguns, vão ainda mais fundo e sabem que este fungo pode produzir tanto a “podridão nobre” que permite a elaboração de néctares como o maravilhoso Chateau d’Yquem, como a “podridão cinza” que destrói totalmente a uva e não admite a elaboração de vinhos. Mas qual a diferença entre estas duas doenças tão díspares, causadas pelo mesmo fungo?


A primeira diferença é que a podridão cinza atinge somente bagos insuficientemente maduros, em geral por falta de boa insolação. Quando por outro lado, estes bagos têm contato com alguma umidade (as brumas matinais dos cursos d’água próximas às regiões nobres como Sauternes) mas recebem uma boa insolação à tarde (e secam), eles conseguem alcançar a maturidade e o fungo ao invés de atrapalhar, ajuda a criar a base para vinhos luxuriantes.


A podridão cinza danifica os bagos de modo irremediável; a podridão nobre concentra açúcares, aumenta a acidez natural (por produção de ácidos fixos – glucônico, múcico, lático etc), libera glicerol, que dá a textura licorosa e um pouco de ácido acético, que em dose discreta, dá um traço aromático típico.


A podridão nobre requer portanto, umidade matinal (neblina) e sol vespertino sobre uvas de baixo rendimento (quilos por pé) e que tenham uma genética favorável, por exemplo, é fundamental que possuam pele espessa, mais resistente, para que não se rompam. Se há ruptura outros tipos de podridão atacam os bagos.


Curiosidade final: as uvas não são o único prato predileto destes fungos dentro do reino vegetal: cebolas, tomates, morangos (foto) e outras frutas silvestres também podem ser atacados.



Château d’Yquem 2001



Oportunidade única, uma vez que não tenho condições de comprar um vinho desta categoria, mas prová-lo ao menos seria o máximo e assim foi. Aos poucos vou aprendendo o que é de fato um grande vinho, onde e por que são diferentes. A grande marca fica na boca: untuosidade, delicadeza e persistência inacreditável!

Visual: Amarelo ouro de brilho intenso, límpido, denso e de lágrimas lentas do tipo que formam um colar nas margens da taça.


Olfativo: Aromas de média à forte intensidade com notas de frutas confeitadas como abacaxi, laranja, geléia de maracujá, florais, especiarias tipo noz-moscada, mel em favos, cera. Complexo!


Gustativo: Na boca é que se nota a diferença, com untuosidade marcante, textura sedosa, com sabores de maracujá em geléia e frutas brancas, notas florais e também de damasco seco, num conjunto muito elegante!Retrogosto de mel e cera, persistência interminável, os sabores se perpetuam no palato e somente desapareceram depois de 2 bons goles de água.


Este é o diferencial: tomei água e os sabores se mantinham, toda a cavidade oral parecia envolvida numa camada tênue de uma película de textura sedosa e sápida.

André Logaldi é médico cardiologista, enófilo, diretor de degustação da ABS-SP, colaborador da revista Wine Style, revisor técnico de livros sobre vinhos.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Os Vinhos da Confraria Brasileira de Enoblogs

Já fazia algum tempo que eu não postava o vinho do mês da Confraria Brasileira de Enoblogs, algumas vezes por falta de tempo, outras por dificuldade de encontrar o vinho e outras puramente por preguiça de correr atrás.

Eis que conversando com meus amigos Alexandre (Diário de Baco) e Cristiano (Vivendo Vinhos), decidimos que cada um compraria um dos vinhos que não avaliamos ainda e nos reuniríamos para degustar os 3 vinhos atrasados da confraria.

Assim como combinado, nos reunimos na noite do dia 8 de julho para colocarmos à prova os vinhos escolhidos pelos nossos confrades.

O Alexandre trouxe o Tantehue Cabernet Sauvignon 2007 (escolhido pelo Blog do Jeriel), o Cristiano trouxe o Miolo Gammay 2009 (escolha do blog Azpilicueta) e eu comprei o Pizzato Merlot 2005 (escolhido pelo blog Le Vin au Blog)



Iniciamos os "trabalhos" com um Santa Carolina Reserva de Família Chardonnay 2003 que eu tinha aqui em casa.

Uma cor muito bonita, amarelo ouro com aromas de abacaxi e maracujá com toques de baunilha.
Bem equilibrado na boca, acidez correta e muito agradável de beber.
Foi um vinho que agradou a todos.

Depois do branco, partimos para os tintos.

Iniciamos abrindo o Miolo Gammay 2009

Vermelho levemente translúcido com aura rosada.
Aromas de groselha e um toque adocicado. Parecia até alguma coisa artificial, como suco industrializado.
Na boca mostrou-se um vinho sem graça, corpo levíssimo (parecia até aguado), sem acidez, taninos praticamente zerados.
Deixava na boca um retrogosto de groselha, tal e qual a nossa "Groselha Milani" também deixa.
A opinião foi unânime: Um vinho sem graça.
Sobrou quase meia garrafa.

Assim que as pizzas chegaram, partimos para o Tantehue Cabernet Sauvignon 2007

Uma cor violeta profundo com reflexos violáceos.
Aromas de frutas frescas com um toque adocicado, pouca complexidade como esperávamos de um cabernet básico.
Na boca o álcool sobressaía um pouco e a acidez também estava acima do esperado.Os taninos estavam bons, mas o tinha sabor levemente adocicado, como frutas cozidas.
Deixou no fundo de taça um aroma de frutas maduras com um toque de madeira queimada.
No consenso geral, um vinho enjoativo. Aqueles que voce torce para a garrafa acabar logo.

Antes mesmo de acabar a garrafa do Tantehue, abrimos logo o Pizzato Merlot 2005

Violeta profundo com aura violácea, praticamente igual ao vinho anterior.
Aromas de frutas frescas com notas de baunilha, hortelã e café.
Corpo leve, com um ataque forte dos taninos e uma acidez levemente acima do esperado.
Deixa um leve amargor no final de boca.
Um vinho simples, como esperávamos que todos fossem.
Na opinião de todos: Um vinho desequilibrado, mas com certeza foi o mais gastronômico entre os tres. Mas mesmo assim não conseguimos "matar" a garrafa.

O resumo da degustação pode ser exemplificado na foto abaixo. Fazia tempo que não sbrava tnto vinho em nossos encontros e com certeza o melhor vinho da noite foi o chardonnay.



Antes que alguém faça um comentário do tipo "é muito vinho para pouca gente" , leiam este post do Vivendo Vinhos, no qual o Cristiano descreve um almoço que participamos na casa dele, onde bebemos quase 4 garrafas de vinho entre os mesmos 3 casais.
Ah, e sem dor de cabeçca no dia seguinte. Ao contrário do "Day After" dessa degustação.

Infelizmente a constatação que chegamos é que sobrou vinho porque os vinhos não eram interessantes o suficiente para incentivar mais um gole.

Não sei o que o Cristiano e o Alexandre irão fazer, mas particularmente vou avaliar muito bem os próximos vinhos escolhidos pelos confrades da confraria antes de comprar e vou acabar comprando somente os vinhos que se mostrem realmente interessantes, pois existe muita coisa boa dentro da faixa de preço proposta pela confraria.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Gabarito do Teste de Conhecimentos sobre Vinho


Segue abaixo o gabarito do Teste de Conhecimentos sobre Vinho, elaborado pelo nosso amigo Marcelo Andrade.
As alternativas corretas estão marcadas em vermelho.

1- Considerado um dos melhores vinhos portugueses, merecedor de quatro estrelas, o Ferreirinha é elaborado em quantidade muito limitada. Ele é um vinho:

a) Branco
b) Rosado
c) Tinto

2 - Embora tivesse um gosto considerado duvidoso, o falecido presidente Ronald Reagan popularizou, com sua preferência, um espumante italiano que sempre contou com os elogios dos experts. O nome deste vinho é:

a) Frascati
b) Ferrari
c) Faro

3 - O vinho que você se prepara para degustar tenha no rótulo a indicação de que ele é um Blanc de Noirs. Isto significa que ele é:

a) Um vinho branco feito de uva tinta
b) Um vinho branco feito de uva rosada
c) Um vinho branco feito de uva branca

4 - À sua frente está um apetitoso prato de espaguete à marinara. Certamente você pedirá para o indispensável acompanhamento:

a) Um Barbera
b) Um Frascati
c) Um Verdicchio

5 - A carta de vinhos de um bom restaurante lhe oferece como opção o robusto, fino e excelente Chablis Grand Cru. Você o pede sabendo que ele é um:

a) Médoc tinto
b) Bordeaux tinto
c) Bourgogne branco

6 - A uva adequada para a confecção de um Barolo é a:

a) Barbera
b) Nebbiolo
c) Bonarda

7 - Famoso em todo o mundo, o vinho Valpolicella é:

a) Um tinto ligeiro
b) Um tinto encorpado
c) Um branco semi-seco

8 - Embora pertencendo à Moët & Chandon, a casa produtora de champagne mais antiga é a:

a) Ruinart Père et Fils
b) Louis Roederer
c) Cristal Brut

9 - Alguém lhe pergunta para que serve a uva Palomino? Sua resposta é:

a) Serve para produzir o melhor jerez e também pode se denominar Listan
b) Serve para produzir Champagne e vem da região de Bourgogne
c) Produz vinhos ligeiros e muito secos e é cultivada nos arredores de Nantes,na bretanha

10 - E lá vem outra vez aquele seu generoso amigo que adora presenteá-lo com bons vinhos. Desta vez ele trouxe um correto Chianti, a que temperatura você servirá a preciosidade?

a) A uma temperatura entre 7 e 10 graus centígrados
b) A uma temperatura entre 3 e 7 graus centígrados
c) A uma temperatura entre 14 e 16 graus centígrados

11 - Na Austrália, acredite, se fazem alguns bons vinhos. O Penfolds Grange Hermitage é um quatro estrelas digno de menção. Ele é um:

a) Tinto
b) Branco
c) Rosado

12 - Portugal tem um infinidade de variedades de uvas tintas e brancas chamadas de autóctones ou nativas. Escolha a alternativa em que só estão listadas uvas brancas.

a) Trincadeira, alvarinho e fernão pires
b) Arinto, bical e alvarinho
c) Baga, roupeiro e rabigato

13 - Que vinho francês desmente o provérbio “Quanto mais velho, melhor”?

a) O Chablis
b) O Sauternes
c) O Beaujolais

14 - Qual região vinícola pertence a Austrália?

a) Coonawarra
b) Hawkes Bay
c) Stellenbosch

15- Em que ano a região produtora de champanhe foi delimitada?

a)1927
b)1937
c)1947

16- Em que localização da Região de Bordeaux se encontra o lendário Château Margaux?

a) Saint Émilion
b) Hermitage
c) Médoc

Marcelo Andrade é Analista de TI, enófilo, presidente da CAE-RJ, Colunista do Especial Vinhos/Telelistas.net, fundador do fórum Enófilos & Cia e colaborador de outras publicações.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Um Barca Velha Apaixonado - por Elmo Dias


Um Barca Velha Apaixonado - por Elmo Dias


Nas minhas anotações, busquei apenas a confirmação.

Minha memória não me traíra.

A garrafa fora registrada com minha letra garranchosa, do mesmo modo que em minha mente: eu sabia a exata posição aonde ela descansava.

Passei os dedos no rótulo empoeirado do meu Barca Velha 1982, e coloquei-o em cima da mesa.

A solidão silenciosa daquele buraco na terra sob a minha casa combinava totalmente com a luz amarela, de certo modo débil, que pendia do teto de tijolos em cunha.

Abri a gaveta miúda e tirei um retalho de tweed inglês para limpar a garrafa.

Não sei até onde me acho ridículo em cerimoniais personalizados como este, mas eles acabam se tornando algo correndo no sangue... com o tempo, achava que já sabia parar de cria-los, mas era mentira.

Cada vez mais, eu e o vinho compartilhávamos uma promiscuidade quase sacra.

De qualquer modo, o tema, dessa vez, era muito mais intenso.

Os mantras calmantes do vinho e sua meditação haviam colidido com a adolescência ressurgida, um encontro inesperado.

Eu a reencontrara no corredor de um supermercado.
Enquanto decidia que marca de atum em lata comprava, ouvi uma voz que parecia familiar me chamar pelo nome.

E ali, depois de uns 15 anos, Isabella esmagou meu ego e pisoteou meu alter ego, com a maciez de sua voz grave e a irretocável beleza de seus cabelos tão escuros quanto a mais negra das amoras.

Limpando o Barca Velha, eu tinha meus olhos parados na cena pouco iluminada da minha adega fria, lembrando de quando ela havia tomado comigo um colegial depois do cinema.

A musa congelada no tempo, a diva eternizada na memória viva.

Sozinha na cidade agora, ela estava em um congresso.

Cirurgiã de cabeça e pescoço (sabe Deus o que isso significava), mas mesmo a tecnicidade da especialidade não lhe retirava o encanto... era uma mulher que representava uma genialidade de linhas do Criador.

“Vou imolar o Barca Velha em homenagem àquele colo” – o adolescente sentenciou, depois de marcado o jantar, ecoando no homem de rugas.

Ela amadurecera apenas. Eu, envelhecera.

Quando ela chegou ao restaurante, não resplandeceu ao som da Primavera de Vivaldi, como nos filmes de comédia nonsense americanos.

Mas, confesso, esquentou a boca do meu estômago, num brilho de ouro escovado.

Ao caminhar com um sorriso contido até a mesa, sonoplastia delirante por Nat King Cole, com direito a chiados de um velho bolachão de vinil.

Retirou o casaco de lã pura, que foi levado pelo garçom.

Aceitou a taça de Veuve Clicquot que estava no gelo.

Eu estava pagando tudo, a conta nada importava.

Vinte anos depois, a vida se revia, o mundo dava a volta e desintegrava o adolescente, revelava o homem.

Valia até o Barca Velha.

Um consomé com pães quentes.

Um Angélica Zapata Chardonnay.

Um papinho ameno sobre reminiscências.

Numa panela pesadíssima de ferro fundido, em seguida chegou o javali.

Ao demi-glace dos mais lentos e tradicionais.

Numa travessa separada, batatas, avelãs torradas e alho poró assado.

A chama de vela dançava com as sombras, que afagavam o pescoço dela, e ficavam clareando e escurecendo o decote.

Os sorrisos e os risos... referências ao passado, a delicadeza com que ela segurava a taça...

O maitre trouxe o decanter, taças bordeaux limpas.

Verteu o Barca Velha com reverência e cortesia.

Eu, ela e o javali olhávamos o vinho descer em sua escuridão sisuda ao cristal.

Em feitio de oração, soei o amém na mente, antes de inspirar todos os aromas que as terras difíceis do Douro exigiram da vinha.

Ela me seguiu, também ao tomar um gole cuidadoso.

Sorriu ao terminar, pegou o garfo e procedeu ao javali.

Tomei um instante refletindo sobre o caráter do Barca Velha, sem coragem de pegar no garfo, e não resisti:

“O que achou do vinho?”

“Gostoso, muito bom.”

“É o seu estilo?”

Ela levantou os olhos com gentileza, limpou o canto da boca de um pouquinho de molho.

“Humm... prefiro os tintos suaves, mas este até que é gostosinho”.

Nunca mais liguei pra ela.


Elmo Dias é advogado civilista, presidente da Afavep, pescador, tenista, enófilo e cronista nas horas vagas (bem vagas)

Você conhece o vinho madeira?


O Vinho Madeira

Na ilha apelidada “pérola do Atlântico”, produz-se o vinho generoso “Madeira”. Este vinho possui uma longevidade fora do comum, aromas complexos e um sabor distintivo que ganhou notoriedade mundial.

A ilha da Madeira tem um clima tipicamente mediterrânico: temperaturas amenas durante todo o ano e baixas amplitudes térmicas, embora a humidade atmosférica seja sempre elevada. Os solos são de origem vulcânica e pouco férteis. O relevo da ilha é muito irregular, por isso as vinhas são plantadas nas encostas de origem vulcânica.

A Denominação de Origem Madeira é constituída por cerca de 450 hectares de vinha, onde são plantadas castas tintas e brancas. A casta Tinta Mole é a mais plantada na região, contudo também existem castas mais raras como a Sercial, a Boal, a Malvasia e Verdelho.

Os melhores vinhos da Madeira são aqueles que provêm das vinhas plantadas nas zonas de menor altitude.

A casta Malvasia foi aquela que desde tempos seculares se destacou na produção do vinho generoso da Madeira. Além da casta Malvasia utilizam-se, na produção do Madeira, as castas Sercial, Boal e Verdelho que conferem quatro níveis de doçura ao vinho (doce, meio doce, meio seco e seco).

O vinho da Madeira começou a ser exportado para todo o mundo a partir do século XVIII. Os barris de vinho eram transportados em barcos, por isso ficavam sujeitos a inúmeras variações de temperatura até chegarem ao destino. Uma vez no destino, havia vinho que não sendo vendido, voltava para o destino de origem. Uma vez na Madeira, verificava-se que o vinho apresentava-se muito mais aromático e com novo sabor. Deste modo, a partir de 1730, os barris de Madeira começaram a ser enviados em longas viagens com o objectivo de apurar as qualidades do vinho.

No início do século XIX, os produtores começaram a estudar formas de reproduzir os fenómenos de aquecimento e arrefecimento a que os vinhos eram sujeitos em alto mar. A estufagem e o canteiro foram os processos utilizados para simular as acções de aquecimento/arrefecimento e consequentemente melhorar as qualidades do “Madeira”.

Na estufagem o vinho é aquecido em recipientes durante três meses. É um processo relativamente rápido, barato e utilizado nos vinhos menos complexos e com menos qualidade. No método canteiro, o vinho é colocado em pipas de madeira que são colocadas junto ao telhado das adegas, de forma a receberem mais calor e sol.

Shakespeare
Na peça que Shakespeare escreveu para o Rei Henrique IV, há referências ao vinho da Madeira. Na peça a personagem Falstaaf vende a alma ao Diabo em troca de um pedaço de capão frio e um copo de Madeira.

Um vinho requintado.
O Madeira era considerado, pela maioria das cortes europeias, um vinho de elevado requinte. Inclusivamente era utilizado para servir de perfume aos lenços das damas da corte. Em Inglaterra, o Madeira e o Vinho do Porto disputavam o primeiro lugar nas preferências da corte.

Duque de Clarence
Duque de Clarence era um nobre inglês que após ter sido condenado à morte na sequência de um atentado contra o seu irmão Eduardo IV, escolheu morrer por afogamento num tonel de Malvasia da Madeira.

Delicioso Madeira
O vinho da Madeira era largamente exportado para Inglaterra, França, Flandres e Estados Unidos. Francisco I (1708/1765), afirmava que o vinho da Madeira era o mais rico e delicioso vinho europeu. As famílias mais importantes de Boston, Charleston, Nova Iorque e Filadélfia competiam entre si para adquirem os melhores vinhos da Madeira. O período de envelhecimento do vinho determina a qualidade de um Madeira. Os vinhos da Madeira podem ser classificados de acordo com os anos de envelhecimento: cinco, dez e quinze anos. Os vinhos da Madeira envelhecidos durante vinte anos e elaborados a partir de uma única casta são denominados de Frasqueira ou Vintage. Recentemente surgiu uma nova categoria no vinho da Madeira, os vinhos de Colheita, produzidos a partir de uma única variedade de uva, todavia mais jovens do que os Frasqueira. Os vinhos de gama mais baixa são comercializados sem indicação de idade.

Além das extraordinárias qualidades relativamente aos aromas e sabor do vinho da Madeira, este generoso possui uma longevidade pouco comum. O Madeira é praticamente eterno, pois passados muitos anos após o seu engarrafamento, as suas características permanecem inalteradas.

Fonte: Infovini.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Teste Seus Conhecimentos sobre Vinho


Nosso amigo e confrade Marcelo Andrade desenvolveu este teste de conhecimentos sobre vinhos e gentilmente permitiu que fosse publicado aqui no O Tanino.

As questões seguem abaixo e o gabarito será publicado no dia 10/07, próxima sexta-feira.

Boa sorte a todos!

1- Considerado um dos melhores vinhos portugueses, merecedor de quatro estrelas, o Ferreirinha é elaborado em quantidade muito limitada. Ele é um vinho:

a) Branco
b) Rosado
c) Tinto

2 - Embora tivesse um gosto considerado duvidoso, o falecido presidente Ronald Reagan popularizou, com sua preferência, um espumante italiano que sempre contou com os elogios dos experts. O nome deste vinho é:

a) Frascati
b) Ferrari
c) Faro

3 - O vinho que você se prepara para degustar tenha no rótulo a indicação de que ele é um Blanc de Noirs. Isto significa que ele é:

a) Um vinho branco feito de uva tinta
b) Um vinho branco feito de uva rosada
c) Um vinho branco feito de uva branca

4 - À sua frente está um apetitoso prato de espaguete à marinara. Certamente você pedirá para o indispensável acompanhamento:

a) Um Barbera
b) Um Frascati
c) Um Verdicchio

5 - A carta de vinhos de um bom restaurante lhe oferece como opção o robusto, fino e excelente Chablis Grand Cru. Você o pede sabendo que ele é um:

a) Médoc tinto
b) Bordeaux tinto
c) Bourgogne branco

6 - A uva adequada para a confecção de um Barolo é a:

a) Barbera
b) Nebbiolo
c) Bonarda

7 - Famoso em todo o mundo, o vinho Valpolicella é:

a) Um tinto ligeiro
b) Um tinto encorpado
c) Um branco semi-seco

8 - Embora pertencendo à Moët & Chandon, a casa produtora de champagne mais antiga é a:

a) Ruinart Père et Fils
b) Louis Roederer
c) Cristal Brut

9 - Alguém lhe pergunta para que serve a uva Palomino? Sua resposta é:

a) Serve para produzir o melhor jerez e também pode se denominar Listan
b) Serve para produzir Champagne e vem da região de Bourgogne
c) Produz vinhos ligeiros e muito secos e é cultivada nos arredores de Nantes,na bretanha

10 - E lá vem outra vez aquele seu generoso amigo que adora presenteá-lo com bons vinhos. Desta vez ele trouxe um correto Chianti, a que temperatura você servirá a preciosidade?

a) A uma temperatura entre 7 e 10 graus centígrados
b) A uma temperatura entre 3 e 7 graus centígrados
c) A uma temperatura entre 14 e 16 graus centígrados

11 - Na Austrália, acredite, se fazem alguns bons vinhos. O Penfolds Grange Hermitage é um quatro estrelas digno de menção. Ele é um:

a) Tinto
b) Branco
c) Rosado

12 - Portugal tem um infinidade de variedades de uvas tintas e brancas chamadas de autóctones ou nativas. Escolha a alternativa em que só estão listadas uvas brancas.

a) Trincadeira, alvarinho e fernão pires
b) Arinto, bical e alvarinho
c) Baga, roupeiro e rabigato

13 - Que vinho francês desmente o provérbio “Quanto mais velho, melhor”?

a) O Chablis
b) O Sauternes
c) O Beaujolais

14 - Qual região vinícola pertence a Austrália?

a) Coonawarra
b) Hawkes Bay
c) Stellenbosch

15- Em que ano a região produtora de champanhe foi delimitada?

a)1927
b)1937
c)1947

16- Em que localização da Região de Bordeaux se encontra o lendário Château Margaux?

a) Saint Émilion
b) Hermitage
c) Médoc

Marcelo Andrade é Analista de TI, enófilo, presidente da CAE-RJ, Colunista do Especial Vinhos/Telelistas.net, fundador do fórum Enófilos & Cia e colaborador de outras publicações.

sábado, 4 de julho de 2009

Brasil cria sua primeira D.O.

Rumo a um novo status

Praticamente concluído, regulamento define Merlot como `ícone' dos tintos da futura Denominação de Origem Vale dos Vinhedos

Por Giovani Capra

Primeira região brasileira a conquistar uma Indicação de Procedência (IP), em 2002, o Vale dos Vinhedos planeja obter brevemente um status ainda superior – o de Denominação de Origem (DO). Confirmada tal ascendência, o Vale, na atual condição uma área reconhecida por sua qualificada produção vinícola, passará a ser uma zona distinta por conta da elaboração de um vinho particular, característico, devido ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos. Ou seja, o vinho do Vale dos Vinhedos a exibir o apelo de DO ostentará o atributo de ser um produto singular, que só é feito ali. É algo bastante sutil – mas são só as sutilezas, afinal, que permitem diferenciar entre o que é muito bom daquilo que é excelente...

O regulamento de uso estabelecendo os parâmetros para que se expresse tal peculiaridade está praticamente concluído, relata o coordenador-geral do programa de desenvolvimento de Indicações Geográficas de vinhos e espumantes da Serra Gaúcha, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Jorge Tonietto. O documento, detalha ele, define, entre outros aspectos, os tipos de vinho, respectivas variedades de uva, sistemas de condução e manejo da videira, tecnologias enológicas e normas de rotulagem autorizados para a elaboração do produto que depois exibirá a apelação de Denominação de Origem.

Por exemplo, foram estabelecidas como cultivares principais para produção na DO as castas Merlot, para os tintos, e Chardonnay, para os brancos, por serem as que apresentam melhores características de adaptação e diferenciais de qualidade na vinificação.

Ao lado, confira alguns dos itens do regulamento, elaborado pelo conselho regulador da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale) e por pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho e da Universidade de Caxias do Sul (UCS). O projeto todo do Vale inclui, além destas instituições, Embrapa Clima Temperado e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com suporte financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e apoio institucional do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).No momento, de acordo com Tonietto, trabalha-se no sentido de determinar as normas de controle de qualidade dos produtos e processos. A proposta, nota ele, é garantir o cumprimento das regras do regulamento, assegurando a total rastreabilidade (a possibilidade de descrever a história, desde a origem aos processos aplicados em sua elaboração) dos vinhos.

O pesquisador informa que a intenção é encaminhar no segundo semestre deste ano o pedido de reconhecimento da DO ao órgão que o outorga no Brasil – o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Com isso, a expectativa é de que até o final de 2010 o Vale dos Vinhedos passe a ostentar a condição de região com Denominação de Origem.O regulamento de uso para a Denominação de Origem (DO) Vale dos Vinhedos prevê, entre outras regras:

* A distinção estará limitada a três tipos de vinho: espumantes (excluindo-se os moscatéis), tintos e brancos finos;

* Para a elaboração de espumantes, serão três as variedades de uva autorizadas: Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico. No rótulo principal, será proibido destacar a eventual variedade predominante – podendo, contudo, o corte ser detalhado no contrarrótulo. "A proposta é evidenciar o conceito `Espumante do Vale dos Vinhedos'", assinala o pesquisador Jorge Tonietto;

* Para a elaboração de vinhos tintos, serão quatro as variedades de uva autorizadas: Merlot, Cabernet Sauvignon, Tannat e Cabernet Franc.

O único varietal permitido será o Merlot – sendo que o vinho deverá ter sido elaborado com, no mínimo, 85% de matéria-prima de tal casta. O percentual, observa Tonietto, foi definido tendo em vista o fato de que se trata do patamar adotado em um dos mercados-alvo do processo pela conquista da DO, a Europa – embora a legislação brasileira preveja que um vinho seja identificado como varietal já quando apresentando 75% de uma cultivar em sua composição. As outras três variedades permitidas pela DO, portanto, só poderão ser usadas em assemblages, com Merlot – que deverá responder por, pelo menos, 60% do corte;

* Para brancos, serão duas as variedades autorizadas: Chardonnay e Riesling Itálico. O único varietal permitido será o Chardonnay – também respondendo por, no mínimo, 85% da composição do vinho.

Como no caso dos tintos, a uva Riesling Itálico só poderá ser utilizada em cortes, com Chardonnay – esta com, igualmente, 60% do assemblage, no mínimo;

* Para qualquer vinho, o uso de madeira será permitido exclusivamente na forma de barricas de carvalho para amadurecimento (ou seja, exclui-se a possibilidade de utilização de chips, maravalha etc.);

* Os vinhos não poderão sofrer chaptalização (a correção da graduação alcoólica, por meio da adição de açúcar);

* O sistema de condução de vinhedos deverá ser, exclusivamente, a espaldeira;

* A produtividade máxima de uva será de 10 toneladas por hectare, para vinhos tintos ou brancos finos; para espumantes, 12;

* A uva deverá ser 100% oriunda da área delimitada do Vale dos Vinhedos, para todas as cultivares autorizadas.

São pelo menos 15 os tópicos particularizando as exigências dos padrões de qualidade de cada produto. Jorge Tonietto ressalta que tais normas serão aplicadas aos produtos detentores do status de Denominação de Origem Vale dos Vinhedos. Ou seja, a conquista da Denominação não significa que não se elaborará mais outros vinhos no Vale, com características diversas quanto a práticas vitícolas, enológicas e comerciais: sua produção não será `proibida', mas, por exemplo, um vinho tranquilo rosé local, pelas regras, não poderá ostentar a distinção de DO.

De outra parte, com a conquista da Denominação de Origem, a Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos, passará, na prática, a não mais existir – noutras palavras, será incorporada pelo conceito de DO, mais qualificado e específico, com todas suas modificações.

Fonte: http://www.jornalbonvivant.com.br


quinta-feira, 2 de julho de 2009

Nova Parceria!!


Amigos e confrades,

é com grande satisfação e orgulho que anuncio a nossa segunda grande parceria no blog O Tanino.

Desta vez o colaborador é o nosso grande confrade Elmo Dias, "advogado civilista, presidente da Afavep, pescador, tenista, enófilo e cronista nas horas vagas (bem vagas)" como ele mesmo se define.

Elmo irá colaborar com nosso blog escrevendo algumas crônicas de ficção sobre o tema dos vinhos. Já li algumas e posso dizer que são textos envolventes e bem humorados. Vale a pena conferir.

Em breve publicaremos um primeiro deles.

Aguardem!!