domingo, 31 de agosto de 2008

Kaiken Ultra - Cabernet Sauvignon


Já fazia algums meses que eu estava com vontade de abrir este vinho, assim, não pensei muito quando apareceu uma boa oportunidade de abrí-lo.

O Vinho: Kaiken Ultra

Safra: 2005

Uvas: 100% Cabernet Sauvignon

Comentários:
Na taça, rubi com reflexos alaranjados.

Boa complexidade de aromas, onde destacaram-se as frutas frescas (morango e goiaba), pimenta, um toque de especiarias e ainda amêndoas e baunilha. Segundo o site do produtor, este vinho descansa durante 12 meses embarris de carvalho francês.

Os aromas de madeira queimada e café torrado apareceram bem mais pronunciados no "fundo de taça".

Na boca mostrou-se um vinho potente e encorpado, com um leve amargor final que não atrapaha em nada o conjunto do vinho.

No meu caso, harmonizei com um filé mignon ao ponto e ficou perfeito.
Este é um ótimo vinho que eu gostei muito e merece ser aberto em ocasiões especiais.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Terlan - Lagrein


Novamente demonstro aqui a minha curiosidade em conhecer castas autóctones e castas pouco divulgadas para o público em geral.

Esta é a casta Lagrein, autóctone da Itália que segundo o site do produtor, vem sendo cultivada a mais de cem anos na região do Alto Adige( Região Nordeste da Itália).

O Vinho: Terlano - Lagrein

Safra: 2003

Uva: 100% Lagrein

Comentários:
Vinho límpido e brilhante com uma cor vermelho profundo com reflexos violáceos.

Segundo o produtor, este vinho passa 16 meses em grandes tonéis de carvalho mas ao contrário do que eu imaginaria, os aromas provenientes deste estágio estão perfeitamente equilibrados com os demais, onde eu citaria os aromas de frutas maduras, compota, terra molhada e toques amendoados. Apesar do estágio em carvalho, não apresentou os aromas característicos de baunilha e madeira queimada.

Na boca mostrou um corpo leve, bem refrescante, muito equilibrado e com um retrogosto muito agradável.

Como grande parte dos vinhos italianos, este praticamente pede comida. Fiz alguns testes e verifiquei que ele é um pouco fraco para acompanhar um queijo parmesão, mas com um naco de queijo meia cura ficou perfeito.

Uma curiosidade: no contra rótulo os textos estão em italiano e em alemão, coisa que eu particularmente nunca havia visto antes.

Este não é o vinho Top do produtor, mas mesmo assim é um ótimo vinho que vale ser comprado novamente.



quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O Vinho e a China - Por Renato Martinelli

A partir de agora este blog tem um colaborador. É o meu amigo e sommelier Renato Martinelli que irá, periodicamente, escrever textos interessantes em relação ao mundo do vinho.

E como estamos em época de olimpíadas, o tema nao poderia deixar de ser a China.

O Vinho e a China - Por Renato Martinelli

As Olimpíadas estão ai e os olhos são todos para China. O país mais populoso do mundo recepciona ao mundo mostrando toda sua cultura.

A china não passa somente por transições políticas e renovações. Com crescimento inigualável, traz na produção de seus vinhos uma revolução. A china é hoje o segundo mercado importador de vinhos finos. Alguns entusiastas dizem que o país superará os Estados Unidos, tornando-se um dos principais mercados em um futuro próximo.

O mercado de luxo avança ferozmente em diversos setores, e o vinho caminha em paralelo.
Um Estudo realizado pela International Wine and Spirirt Record mostra que em um horizonte temporal de 10 anos (1999-2009) o mercado chinês venha a crescer cerca de 78%. A decida progressiva das tarifas de importação sobre o vinho, na seqüência da adesão da China à OMC, e a promoção publica das virtudes do consumo de vinho tinto, ajudam a incrementar dados aos produtores de vinho de todo o mundo.

Toda a mídia especializada está começando a publicar suas revistas em chinês, uma delas é a revista inglesa DECANTER. Além disso, vários restaurantes famosos também estão procurando seu espaço em território Chinês. Com a abertura do mercado aos vinhos do mundo, o consumidor chinês está se tornando mais exigente, buscando informações como: marca, sabor, região produtora, até mesmo qualificação de seus enólogos. Um entrave na questão do vinho na China é a língua e também a culinária. Os pratos chineses são variados, diferentes do europeu. Por isso é necessária uma atenção especial à harmonização dos vinhos em uma culinária exótica como a chinesa.

Os vinhos chineses contam com vantagem absoluta em relação aos vinhos estrangeiros. As marcas nacionais, Changyu, Great Wall e Dynasty, dominam atualmente o mercado chinês. Segundo dados da câmara de Comercio Brasil-China, em 2005 a Changyu, registro 32,2% do mercado, enquanto a Great Wall, 27,7% e Dynasty 10,3%. Algumas marcas locais também ocuparam uma grande fatia do mercado.

Vários países do mundo vêem com bons olhos o mercado chinês. Portugal estuda a melhor forma de introdução de seus vinhos em restaurantes chineses, para poder conquistar este exigente mercado. Para evitar prejuízos, empresas de todo o mundo estão iniciando joint ventures com empresas chinesas, minimizando assim qualquer margem de erro na introdução dos vinhos.
Assim como os exportadores estão se ajustando, os produtores chineses também estão se movimentando para atender melhor a demanda interna, hoje concentrada em vinhos chineses de baixa qualidade, vendidos nos supermercados por 1,65 dólares a garrafa.

Algumas empresas chinesas oferecem salários de até U$ 100,000 a enólogos com experiência comprovada preferencialmente em Bordeaux. O negócio é ir estudar enologia em bordeaux, com um salário destes! – A verdade é que os chineses estão dispostos a provar qualquer vinho que desembarque em seu território, e aproveitando esta oportunidade, produtores mais tradicionais estão de olhos bem abertos. Países como Portugal, França e Itália estão estudando o mercado chinês aproveitando os mais de 100 milhões de potenciais consumidores. Chile e Austrália também já introduziram seus vinhos em terras chinesas. Logo os vinhos Brasileiros também estarão pelas terras imperiais e encontraremos os polêmicos vinhos chineses em nossas gôndolas.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Angelica Zapata - Merlot Alta


Como este é o primeiro vinho que degustamos online após a criação deste blog, resolvi que após as nossas degustações, tentarei postar aqui um apanhado geral dos comentários feitos pelos participantes.

Pra quem não sabe do que estou falando, no grupo de discussão "Degustação de Vinhos" nós organizamos de tempos em tempos a chamada "degustação online" onde cada participante abre uma garrafa do mesmo vinho (previamente escolhido) e nos reunimos em uma sala de chat para trocar impressões sobre a garrafa que foi aberta.
Na última, ocorrida no dia 19/08/08 o vinho escolhido foi este.


O Vinho: Angelica Zapata - Merlot Alta

Safra: 2003

Uva: 100% Merlot

Comentários:
Na taça a cor rubi, brilhante e límpido foram praticamente uma hunanimidade entre os participantes, que ainda acrescentaram o fato de que o vinho estava com cor "muito jovem" apesar de ser da safra 2003.
Alguns dos aromas citados foram frutas em compota, ameixa preta, toques de mel e amêndoas, notas adocicadas, baunilha, caramelo e chocolate.

Na boca mostrou-se um vinho elegante e equilibrado, com retrogosto longo e boa permanência, com toques de especiaria doce e menta.

Taninos suaves, acidez agradável e praticamente zero amargor completaram o quadro dos comentários para este vinho que agradou a todos os participantes da degustação.

Meu comentário particular seria que apesar de eu não ser muito fã da uva merlot, este foi um ótimo vinho que valeu muito a pena conhecer. Pra quem gosta de merlot, este é uma boa escolha.

domingo, 17 de agosto de 2008

Robertson - Pinotage


Pinotage é a uva ícone da África do Sul e este vinho da Robertson Winery é um belo exemplo do tipo de vinho que pode ser feito com esta uva.

O Vinho: Robertson - Pinotage

Safra: 2007

Uva: 100% Pinotage

Comentários:

Na taça mostra uma cor rubi intenso, brilhante e límpido

Aromas intensos mas com pouca duração, principalmente de morango e frutas vermelhas. Apesar de passar 4 meses em barricas de carvalho, não apresentou os aromas característicos deste estágio.

Na boca se mostrou um vinho de corpo leve mas muito elegante, com um ótimo equilíbrio entre tanino e acidez.

Na minha opinião é um ótimo vinho. Claro que não chega a ser um top, mas com certeza está bem acima dos vinhos para o dia a dia.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Regras de Ouro da Harmonização


Quase todo mundo que não é um profissional da enologia tem alguma dúvida ( de maior ou menor grau) na hora de escolher o tipo de vinho correto para harmonizar com determinado prato.

Assim, publico abaixo as Regras de Ouro da Harmonização, que recebi do confrade e sommelier José Paulo Schiffini através do fórum "Degustação de Vinhos" do yahoogroups.

Espero que seja útil para todos da mesma forma que foi para mim.

As 10 Regras de Ouro da Harmonização

1) Pratos salgados necessitam vinhos com elevada acidez natural.

2) Pratos de peixes carnudos combinam com tintos ligeiros.

3) Pratos gordurosos necessitam acidez ou taninos.

4) Pratos defumados brigam com vinhos “amadeirados”.

5) Aromas e sabores ricos e densos pedem vinhos similares.

6) Pratos muito temperados pedem vinhos refrescantes.

7) Carnes brancas aceitam brancos encorpados ou tintos leves.

8) Carnes vermelhas seguram tintos muito tânicos.

9) Combine sempre vinhos com os molhos, não o que está debaixo dos molhos.

10) Sobremesas com vinhos equivalentes em corpo e mais doces.

Cassoulet - A feijoada francesa


Já faz algum tempo que eu ouvia falar e via algumas receitas de Cassoulet, mas nunca havia feito uma e nem mesmo experimentado este prato.

Isto até alguns dias atrás, quando encontrei novamente uma receita e resolvi fazer para provar.

Para minha surpresa o Cassoulet mostrou-se um prato bem leve e com um sabor suave e levemente picante, justamente ao contrário do que eu imaginava, por se assemelhar muito a nossa tradicional feijoada.

Cassoulet

Ingredientes:

- 500 g de feijão branco
- 2 lingüiças calabresas defumadas cortadas em pedaços
- 2 lingüiças calabresas frescas cortadas em pedaços
- 2 lingüiças toscanas cortadas em pedaços
- 2 folhas de louro
- 2 colheres (sopa) de óleo
- 1 kg de pedaços de frango
- 500 g de lombo de porco cortados em cubos ou de costelinhas de porco picada
- 3 tomates, sem pele e sem sementes, picados
- 1 cebola grande picada

Modo de Preparo:

Numa panela de pressão grande, coloque o feijão, as lingüiças e o louro. Complete com água até ultrapassar o feijão (cerca de 4 dedos) e feche a panela. Assim quecomeçar a ferver, cozinhe por 25 minutos.

Enquanto isso, aqueça o óleo e doure o frango e o lombo. Junte os ingredientes restantes, tempere com sal e pimenta agosto e deixe no fogo baixo com a panela tampada,mexendo de vez em quando, até que as carnes estejam bem cozidas (se necessário, acrescente um pouco de água).

Acrescente essa mistura ao feijão e mexa bem. Se desejar, junte salsinha e cebolinha verde picada. Sirvabem quente com arroz branco e farofa.
Rendimento: 8 porções.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Casa Lapostole - Chardonnay


Sempre fui fã de vinhos brancos que passam um tempo em barricas, assim, logo fiquei imaginando oque poderia vir deste Chardonnay da Casa Lapostole, que passa 6 meses descansando nos barris de carvalho e tem a assinatura de Michel Rolland.

O Vinho: Cuvée Alexandre - Chardonnay

Safra: 2001

Uva: 100% Chardonnay

Comentários:
Bem límpido e transparente, em um tom de Amarelo Ouro muito bonito.

No nariz logo de cara apresenta aromas florais e frutas como maracujá, porém, estes aromas desaparecem rapidamente e vão dando espaço para os aromas provenientes do carvalho, como baunilha, amêndoas e até um toque de pão.

Na boca é bem equilibrado, com uma acidez corretíssima, porém deixa no final de boca um amargor que me incomodou um pouco.

Na minha opinião, o vinho estava excelente até o momento em que o amargor final se pronunciou. Pra mim foi uma decepção perante um vinho que tinha tudo para ser ótimo.
Qualquer dia eu compro outra garrafa para ter uma segunda opinião.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Henriques & Henriques - Full Rich


Como eu nunca havia provado um vinho madeira antes, não pensei muito quando vi este vinho em promoção na Expand.

Como eu esperava, este é um vinho único.
Algumas pessoas já haviam me dito que os Madeira eram parecidos com os vinhos do Porto, mas ao contrário, este se mostrou bem diferente.

O Vinho: Full Rich - White

Safra: No site do produtor, descobri que este vinho é envelhecido 3 anos antes de ser liberado para venda. Portanto, este deve ser 2005 ou 2004.

Tipo: Madeira

Comentários:
Não sei exatamente qual a quantidade produzida, mas as garrafas são numeradas e vem com o selo de procedência da região de Madeira. A minha garrafa era a número 0733555.

Na taça revelou uma cor muito bonita, um âmbar escuro, com reflexos dourados.

Aromas densos, com muito álcool no início (culpa dos 19% de álcool), mas em seguida aparecem aromas de resina e alguma fruta em calda, algo como pêssegos em calda, porém mais concentrado.

Como era esperado, na boca tem a textura de um licor e é bem doce, no entanto também possui uma leve acidez que contrasta com o doce, deixando na boca um retrogosto persistente e agradável.

Como eu escrevi acima, este é o meu primeiro vinho Madeira, mas se dizemos que a primeira impressão é a que fica, este vinho me deixou uma ótima impressão sobre os vinhos Madeira.
Na minha opinião é um ótimo vinho para acompanhar uma sobremesa ou simplesmente "para meditar".

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Tuzco - Kékfrankos


Meu primeiro post neste blog é um vinho diferente, feito com uma uva autóctone da Hungria.

Sim, a Hungria produz outros vinhos além do Tokaji.

O Vinho: Tuzko

Safra: 2006

Uva: Kékfrankos

Comentários:
Vermelho bem claro, quase chegando a um rosé, com aura levemente alaranjada.

Aromas de frutas vermelhas, um leve toque de baunilha, mesmo eu não tendo encontrado nenhuma referência sobre passagem por barricas.

Corpo leve com taninos bem suaves e um pouco de acidez, que acaba dando vivacidade ao vinho. Pouco persistente e com um leve amargor no final .

Ao meu ver é um bom vinho para o dia a dia, mas pelo custo X benefício acaba não compensando, pois podemos encontrar melhores opções nesta mesma faixa de preço.

Mas como eu gosto de provar vinhos feitos de uvas exóticas, valeu pela experiência. Tomara que o Mozaic (que está na adega) seja um pouco melhor que este.

Se mais alguém tiver curiosidade para provar, comprei este vinho na Expand.